7ª VF de Florianópolis realiza 15ª oficina de constelação sistêmica
Atualizada em 16/08/2019 - 17h16
A 7ª Vara Federal de Florianópolis promoveu ontem (15/8/2019) à tarde a 15ª oficina de constelação sistêmica, uma prática de justiça restaurativa que a unidade está aplicando em processos de execução penal. Com orientação voluntária de psicólogos, as reuniões tiveram, em um ano e seis meses de realização, a participação de 41 pessoas que cumprem penas restritivas de direito e seis que estão no regime semiaberto. O objetivo é promover o autoconhecimento e evitar a repetição de comportamentos.
As oficinas “trabalham a questão do legado familiar e o que o sistema familiar pode trazer como padrão repetitivo”, explica a psicóloga Jacqueline Kauffman, do Instituto Ipê Roxo, que integra o projeto. Segundo ela, as constelações permitem “um olhar para si, que torna [a pessoa] mais livre para escolher seus caminhos”. Jacqueline afirma, porém, que a oficina “não é um julgamento, apesar de estar dentro da Justiça”.
Para a juíza da 7ª Vara e coordenadora do projeto, Micheli Polippo, os resultados são bastante significativos. “Os índices de cumprimento regular das penas restritivas de direito são de quase 100% entre os apenados que passam pelas constelações”, relata a magistrada. “A prática representa uma oportunidade de ressignificação de vida e de autoconhecimento: para eles [os apenados], uma chance de avaliar padrões, refletir sobre os próprios atos e recomeçar; para nós, uma oportunidade de incrementar a própria atividade jurisdicional, para efetividade e eficácia das penas”, conclui.
Depoimento
As oficinas “ajudam bastante a gente a ter uma visão do fato”, diz E., que tem 483 horas de serviço para cumprir e participou ontem de sua quinta constelação. “A Justiça está fazendo o que ela tem [que fazer] e nós temos que tentar andar o mais correto possível”. Ele ainda citou a disponibilidade demonstrada pela juíza e pelos servidores.
Segundo os integrantes do projeto, a participação é facultativa, mas o tempo dedicado é computado em dobro para o cumprimento da pena. As constelações abordam várias questões envolvendo relacionamentos emocionais e dificuldades diversas. No caso da execução penal, a experiência pretende identificar padrões e ser a alternativa para que o crime não seja repetido.
Além das constelações sistêmicas, a 7ª Vara tem outras práticas restaurativas, como palestras para crianças e jovens sobre os riscos da internet. Em âmbito escolar, foram promovidas conversas sobre comunicação não violenta na Escola Municipal Vitor Miguel de Souza e no Educandário Imaculada Conceição, na Capital, e na Escola Básica Prefeito Reinaldo Weingartner, em Palhoça. Em caráter experimental, também está sendo desenvolvido o programa de leitura como prática restaurativa.
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